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25 de Abril de 2024
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    Quebra do Lehman Brothers balança economia mundial

    Publicado por Expresso da Notícia
    há 16 anos

    A quebra do Lehman Brothers, o segundo maior banco de investimentos dos Estados Unidos, fundado há 158 anos, levou o maior pânico já visto em Wall Street em décadas. O anúncio do colapso do Lemon Brothers provocou instabilidade nas bolsas do mundo inteiro. O fato de ter ocorrido alguns dias depois de uma operação de US$ 50 bilhões, por meio da qual outro gigante das finanças - o Merrill Lynch - teve de ser "engolido" pelo Bank of América, contribuiu para maior instabilidade dos mercados.

    O nervosismo do mercado no mundo inteiro em função do pedido de concordata do Lehman Brothers e a venda do Merrill Lynch para o Bank of America por US$ 50 bilhões. Os dois bancos americanos não resistiram à crise do mercado imobiliário do país.

    Em todo mundo, bancos centrais adotaram medidas de urgência. O Banco de Inglaterra injetou 5 bilhões de líbras em empréstimos diretos ao mercado financeiro britânico. São esperadas 26 mil demissões em todo o mundo, das quais 5 mil somente na Inglaterra.

    O socorro do Bank of America ao Merrill Lync tinha evitado maiores perdas em Wall Street há alguns dias. Mas, no dia 15, com o anúncio da quebra do Lehman Brothers levou o US Federal Reserve a injetar US$ 40 bilhões na seguradora American International Group (AIG). O socorro do banco central americano não foi suficiente e outors dois bancos tradicionais, Goldman Sachs e J P Morgan Chase, anunciaram uma ajuda adicional de US$ 75 bilhões para manter a AIG com liquidez.

    O golpe final contra o Lehman Brothers foi o peso de US$ 60 bilhões em dívidas "incobráveis". Os ativos do banco avaliados em US$ 639 bilhões não foram suficientes para honrar dívidas de US$ 613 bilhões, resultando na maior falência desde que a WorldCom desmoronou em 2002.

    O Banco de Inglaterra e o Banco Central europeu (ECB) tiveram de atuar para diminuir o pânico. As instituições injetaram 30 bilhões de líbras em vários mercados financeiros.

    As ações do Royal Bank of Scotland recuaram 13%. O Barclays, que chegou a ser cogitado como o possível "salvador" do Lehman Brothers, teve um declínio acionário de 12%.

    As autoridades americanas tinham estimado que a crise gerada pelos ativos de bens imóveis representava apenas US$ 85 bilhões da carteira do Lehman Brothers. A falta de precisão nas avalições oficiais deverá repercutir, nos próximos meses, no âmbito das agências reguladoras do mercado financeiro americano.

    Aconselhamento legal

    Os grandes escritórios de advocacia da Inglaterra e dos Estados Unidos já se preparam para fornecer o "aconselhamento" legal para seus clientes fazerem frente à crise do Lehman Brothers. O escritório Weil Gotshal & Manges, de Nova York, especialista em falência, está administrando o Lehman Brothers’ Chapter 11, baseado em procedimentos de falência dos EUA. Uma equipe conduzida por Harvey Miller, um experiente advogado de reestruturações, que já foi presidente do banco Greenhill,, espcializado na adminsitração de grandes fortunas.

    Estima-se que a falência do Lehman Brothers envolva mais de US$ 600 bilhões em dívidas.

    Na Inglaterra, uma equipe ligada à rede Linklaters já se posicionou como conselheira da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PWC), o grupo de contabilidade que foi designado o administrador da massa falida.

    Brasil

    A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão de hoje com o índice Bovespa registrando resultado negativo de 7,59%, um dos mais baixos dos últimos ano - em setembro de 2001, o índice Bovespa caiu 9,17% -, e um volume de negócios de R$ 6,571 bilhões.

    As ações da BMF Bovespa, Petrobras e Vale foram as que sofreram as maiores baixas, com quedas que oscilaram entre 13 % e 9%.

    De acordo com informações da BBC, na Europa o índice FTSE, da bolsa de Londres, fechou o dia em queda de 3,92%; em Paris, o Cac registrou baixa de 3,78% e, em Frankfurt, o Dax encerrou a segunda-feira em baixa de 2,74%.

    Na Ásia, as bolsas da China, Japão, Hong Kong e Coréia do Sul não funcionaram por causa de um feriado, mas nos demais países as bolsas fecharam com fortes quedas.

    O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmou que a economia brasileira está preparada para enfrentar a crise financeira nos Estados Unidos.

    De acordo com Meirelles, “no Brasil o mercado está funcionando com absoluta normalidade, ainda que com certo aumento de volatilidade, que é uma conseqüência direta da evolução e do aumento da tensão financeira internacional”.

    O fato do Brasil ser hoje um credor de moeda externa é para Meirelles “uma grande dose, um grande vetor de segurança para a economia brasileira”.

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